26 setembro 2006

Tema proposto: Paixão Voraz.

Eis o que fiz:

Um prazer dos cinco sentidos

Quando dele se desprende completamente sua veste
Aquele som peculiar traduz as preliminares sabidas
Do desejo que em segundos deixa de ser inerte
Por saber que cada satisfação é múltipla, são todas precisas

A vontade se intensifica quando vislumbro a pele luzidia
E a tez morena incrementa sabiamente o deleite fecundo
Deslizar dedos, língua e lábios pela superfície macia
Aguça a tortura insana de prolongar cada eterno segundo

A carne tenra preenche minha boca agora cheia d´agua, antes vazia
Faz-se a combinação perfeita da saliva com a delícia cremosa
Quando inicio o gozo depois de toda a espera programada e doentia

Fecho os olhos por obrigação desse deleite, adorável disparate
Degluto tudo com a certeza de que concluí prazerosa
O ritual (sagrado ou profano?) de saborear um delicioso chocolate

15 setembro 2006

Acalentos.

Amplidão
Chico César

...
Eu quero ser onde você sossega a alma
E chora e ri
E encontra a calma pra sonhar, sem dormir
Vem acender as luzes que iluminam o meu coração
Vem ter comigo sua parte da amplidão
De minha parte, eu estou aqui...




A Canção Tocou na Hora Errada
Ana Carolina

A canção tocou na hora errada
E eu que pensei que sabia tudo
Mas se é você eu não sei nada
Quando ouvi a canção era madrugada
Eu vi você, até senti sua mão
E achei até que me caia bem como uma luva
Mas veio a chuva
E ficou tudo tão desigual

A canção tocou no rádio agora
Mas você não pode ouvir por causa do temporal

Mas guardei tuas cartas com letras de forma
Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

A canção tocou na hora errada
Mas não tem nada não
Eu até lembrei das rosas que dão no inverno.

13 setembro 2006

Parafraseando o poetinha.

Os ausentes que me perdoem, mas a presença é fundamental!!!!

Anteontem recebi uma homenagem do Conselho de minha profissão pela minha conduta ética, meu trabalho feito em prol da Veterinária do Rio de Janeiro, minha dedicação profissional, piriri pororó. Houve uma cerimônia solene na Tribuna de Honra do Jockey Club Brasileiro e meu nome foi dado ao segundo páreo, em noite turfística... Chique no úrtimo! Não convidei ninguém formalmente (só comentei, por alto) e apareceu a parentaia toda lá. Então, a frase supracitada vai com grande carinho pra todo mundo que lá esteve. Nossa, valeu pacas!

Tudo bem que essas coisas não fazem muito minha cabeça (será mesmo?), mas, cá pra nós, que massageia o ego, ah... ô!

11 setembro 2006

Na medida.

"Necessitamos conhecer a miséria para descobrir ações desinteressadas. Provavelmente elas existem na vida comum. Falta-nos, porém, meio de percebê-las."

Graciliano Ramos, em "Memórias do Carcére".

08 setembro 2006

Ih!

Acho que acabei de meter o bedelho onde não fui chamada. Mas não precisava chamar, eu irira de qualquer forma. Estou vermelha, rubra... escarlate!

03 setembro 2006

Belas contradições!

Chico Buarque fica trocentos anos sumido e agora volta à ativa. Nome do novo álbum? "Carioca". Lindo! Tem tudo a ver, claro. E onde é que ele resolve fazer seu primeiro show de dilvulgação do Carioca? Em São Paulo! Bem, por falar em contradição, segue aqui a letra de uma das belas canções do cedê.

Outros Sonhos
(Chico Buarque/2006)

Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
Sonhei que ela corava
Quando me via
Sonhei que ao meio-dia
Havia intenso luar
E o povo se embevecia
Se empetecava João
Se emperiquitava Maria
Doentes do coração
Dançavam na enfermaria
E a beleza não fenecia

Belo e sereno era o som
Que lá no morro se ouvia
Eu sei que o sonho era bom
Porque ela sorria
Até quando chovia
Guris inertes no chão
Falavam de astronomia
E me jurava o diabo
Que Deus existia
De mão em mão o ladrão
Relógios distribuía
E a policía já não batia

De noite raiava o sol
Que todo mundo aplaudia
Maconha só se comprava
Na tabacaria
Drogas na drogaria
Um passarinho espanhol
Cantava esta melodia
E com sotaque esta letra
De sua autoria
Sonhei que o fogo gelou
Sonhei que a neve fervia
E por sonhar o impossível, ai
Sonhei que tu me querias

Soñé que el fuego heló
Soñé que la nieve ardía
Y por soñar lo imposible, ay, ay
Soñé que tú me querías